Conheça a História e as lutas de Ailton Krenak: Líder indígena, escritor e ativista.
Origens:
Ailton Alves Lacerda Krenak nasceu em 1953 na região do Vale Do Rio Doce–MG. A qual passou por intervenção de fazendeiros e garimpeiros interessados nessas terras, resultando na expulsão do povo krenak para outras regiões do Brasil.
Ailton conta em uma de suas reportagens como foi se descobrir indígena em meio a uma série de opressões que a muito tempo atormenta a vida dos povos tradicionais. Ele revela que acompanhou seu pai em suas fugas por não conseguirem se estabelecer definitivamente por conta da repressão de fazendeiros e a negligência do governo com os povos indígenas. Aos 17 anos, Ailton e a família se mudam para o estado do Paraná. Lá ele se alfabetizou e formou-se na Universidade Federal de Juiz de Fora, tornando-se produtor gráfico e jornalista.
Também aos 17 anos, Ailton conta que passou a questionar a falta da presença dos povos indígenas dentro do cenário social para reivindicar os direitos de todos. Junto a outros membros indígenas, Krenak passou analisar o contexto político e social por trás de tudo o que acometia as comunidades tradicionais. Por conseguinte, voltou seus interesses em movimentar a causa ambiental e direitos indígenas.
Ações:
Dentro do cenário político, Ailton representa até os dias atuais a comunidade indígena e a importância do meio ambiente para os povos tradicionais brasileiros. Além disso, através de ações dentro da comunidade indígena, Krenak contribuiu com a criação da União das nações indígenas (UNI), criada em 1980 e de caráter meramente indígena.
Ailton posteriormente também participou da Assembléia Nacional Constituinte que elaborou a Constituição Brasileira em 1988. Durante a mesma, pintou seu rosto de preto como forma de protesto pelo retrocesso da luta pelos direitos dos povos indígenas.
Ainda em 1988, Ailton também participou da fundação da União dos Povos Indígenas. Uma organização que visa representar os interesses indígenas dentro do cenário nacional. Posteriormente, participou da Aliança dos Povos da Floresta. Um movimento cujo objetivo é estabelecer reservas naturais na amazônia. Para que seja possível a subsistência econômica através da extração de làtex da seringueira, dentre outras coletas naturais na própria floresta.
De 2003 a 2010, Ailton foi assessor especial do Governo de Minas Gerais para assuntos indígenas. Além disso, Krenak está envolvido com a ONG Núcleo de Cultura Indígena, onde ele movimenta questões sobre a relação do indígena com a terra, a natureza e a vida.
Obras:
- O lugar onde a terra descansa, 2000.
- Ailton Krenak (Encontros), 2015.
- Ideias para Adiar o Fim do Mundo, 2019.
- O Amanhã Não está à Venda, 2020.
- A Vida Não é Útil, 2020.
- Firmando o pé no território, 2020.
- Lugares de Origem, 2021.
- O sistema e o antissistema: três ensaios, três mundos no mesmo mundo, 2021.
- Futuro Ancestral, 2022.
Premiações:
- Professor Honoris Causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora, 2016.
- Prêmio Juca Pato de Intelectual do Ano, oferecido pela União Brasileira de Escritores, 2020.
- Título de Doutor Honoris Causa concedido pela UnB- Universidade de Brasília, 2021.
- Prêmios de Impacto do Prince Claus, 2022.
- Toma posse da cadeira de número 5 na ABL (Academia Brasileira de Letras), 2024.
Apesar de muitos obstáculos e preconceitos com os povos tradicionais dentro do cenário político brasileiro, Ailton mantém, acima de tudo, os seus ideais, valores e crenças. Certamente podemos afirmar sua forte influência sobre a preservação da cultura e das nossas origens. Em conclusão desta matéria, ressalto a importância de todos nós como brasileiros, mantermos por dentro da nossa história e origens para que nunca nos percamos dela e que assim nosso futuro seja ancestral.
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