O que foi:
Em 1938, durante o governo de Getúlio Vargas, no período do estado novo, foi lançada oficialmente a expedição marcha para o oeste. O propósito era promover o povoamento e o desenvolvimento econômico da região central do Brasil. Para gerenciar a expedição, o governo estabeleceu a Fundação Brasil Central (FBC). Um órgão federal que seria responsável por viabilizar as condições materiais e os recursos humanos necessários para essa nova etapa de colonização.
Posteriormente, uma das primeiras realizações da marcha foi a expedição Roncador-Xingu, em junho de 1943. Tendo como objetivo, desbravar e colonizar as zonas compreendidas nos altos rios Araguaia, Xingu e no Brasil Central e Ocidental. Que logo se tornaria a via de entrada, no grande sertão, dos jovens paulistas e irmãos Orlando, Cláudio e Leonardo Villas Boas, que posteriormente ficariam mundialmente conhecidos.
Para que houvesse êxito na conclusão da expedição, era preciso conhecer bem o território a ser integrado. Vargas então criou algumas entidades com o intuito de deixar registrado informações para o desenvolvimento das ações do governo. Sendo estas: o Conselho Nacional de Geografia, o Conselho Nacional de Cartografia, o Conselho Nacional de Estatística e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
Foi durante o processo de desbravamento empreendido pelo governo que esse espaço territorial foi definido e teve suas fronteiras, delimitadas. A Marcha para o Oeste criou novas vias de comunicação no interior do país. Também fundou cerca de 43 vilas e cidades, construiu 19 campos de pouso. Além de contatar mais de cinco mil índios e percorreu 1,5 mil quilômetros de picadas abertas e rios. Também construiu estradas, cidades planejadas, conduziu migrações de populações e entre seus feitos mais conhecidos, abriu caminho para a construção da nova capital do país, Brasília, inaugurada em 21 de abril de 1960.
Resultado:
Para que o desenvolvimento das áreas desbravadas fosse possível, o governo passou a incentivar que brasileiros pobres sobretudo de áreas de seca do Nordeste, migrassem para colônias de habitação. Sendo desenvolvidas pelo governo nos seguintes estados: Goiás, Amazonas, Mato Grosso, Pará e Maranhão. A ideia era priorizar que brasileiros pobres, sobretudo de áreas de seca do Nordeste, migrassem para as novas colônias de habitação. A preferência pelo trabalhador brasileiro fazia parte da característica do programa.
Na questão econômica, o programa visava o desenvolvimento dessas regiões a partir de disponibilização de mais mão de obra. Que serviram para a implantação de pequenas propriedades agrícolas que desenvolvessem a agricultura familiar. Para que isso fosse possível, era necessário realizar uma reforma agrária que promovesse o desmonte dos latifúndios existentes no interior do país.
Por fim, o governo desenvolveu a malha rodoviária do país, promovendo a integração do interior com as regiões litorâneas a agilizar o escoamento da produção econômica dessas regiões. Nessa questão, o Estado de Goiás era essencial ao governo. No entanto, a marcha também trouxe consequências negativas. O processo de ocupação resultou em conflitos com populações indígenas, sendo desconsideradas ou expulsas de suas terras para darem lugar à colonização agrícola. Esse movimento estava impregnado de uma lógica autoritária que ignorava as realidades locais em nome de uma visão nacionalista.
A colonização também deixou impactos ambientais, como o desmatamento e a degradação de ecossistemas, principalmente na região do Araguaia e do Xingu. Onde a Expedição desempenhou um papel crucial na ocupação das terras. A marcha não conseguiu resolver os problemas de desigualdade regional e mesmo com os avanços no desenvolvimento do Centro-Oeste, muitas áreas enfrentaram desafios, como a falta de infraestrutura e serviços públicos básicos por exemplo.
Como conclusão, a marcha para o oeste consolidou o controle centralizado do Estado sobre o território brasileiro e reforçou o papel do governo federal como agente de desenvolvimento.