Mulheres representando a política! Conheça Joênia Wapichana e seu trabalho para a preservação da vida indígena.
Origem:
Joênia Batista de Carvalho, conhecida também como Joênia Wapichana, nasceu em 20 de abril, no ano de 1973. Na comunidade indígena cabeceira do Truarú, localizado em Boa Vista no estado de Roraima.
Aos 8 anos de idade, junto á sua mãe, Joênia deixa a sua comunidade e vai morar na área urbana de Boa Vista. Onde aprendeu a falar o português e interessou-se pelos estudos. Após concluir o ensino médio, Joênia passou a trabalhar em um escritório de contabilidade durante o dia e estudar direito no período da noite na universidade federal de Roraima (UFRR).
Formou-se em 1997. Além disso, Joênia ainda fez mestrado em Direito Internacional pela universidade do Arizona, nos Estados Unidos, concluindo-o em 2011. Após isso, Joênia torna-se a primeira mulher indígena a exercer a função de direito no Brasil.
Ações:
Posteriormente, Joênia Wapichana passa a ser um membro ativo dentro do cenário político brasileiro em prol da demarcação de terras e luta pelos direitos dos povos indígenas. Uma de suas principais atuações foi na demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol. Uma terra indígena localizada, no nordeste do estado de Roraima – RR. Como resultado da luta de Joênia, hoje estas terras estão destinadas à posse permanente dos grupos indígenas ingaricós, macuxis, patamonas, taurepangues e uapixana.
Foi a primeira presidente da Comissão de Direitos dos Povos indígenas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), criada em 2013. Já em 2018 foi eleita à Câmara dos Deputados por Roraima, pela Rede Sustentabilidade. Crítica contumaz do governo de Jair Bolsonaro, apresentou pedido de impeachment contra o presidente em 1 de fevereiro de 2021, alegando crimes contra a população indígena.
Joenia Wapichana, enquanto deputada federal, solicitou providências do MPF para garantir vacina para todos os indígenas. Joenia Declarou: “Não identificamos no Plano Nacional de Imunização estratégias para o atendimento de todos os povos indígenas. O que verificamos é que no Plano do Ministério da Saúde está explícito que a vacinação é exclusiva para indígenas que vivem Terras Indígenas regularizadas”.
Em 2022, apesar de seus 11.221 votos, Joênia não foi reeleita para deputada. Porém em 2023 tornou-se a primeira mulher indígena a presidir a Funai, que passou a se chamar Fundação Nacional dos Povos Indígenas (antiga Fundação Nacional do Índio).
Prêmios:
- Recebeu o Prêmio Reebok pela sua atuação na defesa dos direitos humanos em 2004.
- Foi condecorada com a Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura em 2010.
- Recebeu o Prêmio de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2018.
- Recebeu a condecoração de Comendadora da Ordem de Rio Branco em 2023.
Atualmente Joênia atua representando os interesses de todos os povos indígenas do Brasil através da sua ocupação como presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI). Além de promover ações em prol da conservação do meio ambiente e ser ativa dentro de outros órgãos de preservação ambiental e como ICMBIO e IBAMA. A mesma ressalta a importância de fortalecer e alinhar ações conjuntas para promover a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente. Sendo este de grande interesse de todos que dependem dela e sabem da sua importância para toda humanidade.
Joênia também participa de debates, palestras e conferências ao redor do mundo com outras entidades e órgãos a fim de abordar assuntos como a recuperação de biodiversidade e planejar estratégias de atuação, para haver exito neste objetivo.
Em conclusão desta matéria, certamente podemos afirmar a importância e o impacto que a luta dos povos indígenas dentro do cenário político tem aumentado de forma significativa para que em um futuro próximo, assuntos como a preservação da cultura indígena e do meio ambiente já não sejam mais consideradas um problema.