Brasil e o subdesenvolvimento

Porque o Brasil não é um país de primeiro mundo?

Durante a Guerra Fria, os principais critérios utilizados para a definição dos países de primeiro mundo foram a adoção do sistema econômico capitalista e, consequentemente, o alinhamento das nações com o bloco liderado pelos Estados Unidos.

Para compreendermos o conceito de um país de primeiro mundo, devemos antes de tudo, considerar os fatores que contribuíram para o seu desenvolvimento. Para um país ser considerado de primeiro mundo, ele deve primeiramente atender a certos critérios como por exemplo: Economia desenvolvida e moderna, com a adoção de novas tecnologias da informação e comunicação no processo de produção industrial e agrícola, elevado nível de desenvolvimento científico e tecnológico, setor industrial altamente dinâmico e diversificado, qualidade de vida proporcionada pela ampla cobertura das redes de serviço e da infraestrutura urbana, além da elevada renda per capita da população e bons indicadores econômicos e de desenvolvimento social, como elevado IDH.

O Brasil é muitas vezes, classificado como um país subdesenvolvido. Isso se deve a algumas das características semelhantes aos aspectos desse grupo de países, como a distribuição desigual de renda entre a população, o aumento da pobreza e da fome e a grande participação dos setores primário e terciário na economia.

No entanto, o Brasil é também um país industrializado, com um setor secundário bastante diversificado e em processo de expansão, apresentando ainda grande influência econômica regional, notadamente na América do Sul e entre os países do chamado Sul Global. Sendo assim, o Brasil é enquadrado na categoria dos países em desenvolvimento, chamados também de países emergentes, ao lado de nomes como China, Rússia, Índia, México, Argentina, Chile e África do Sul.

O que o dificulta?

A indústria no Brasil se estabeleceu aos poucos. Porém, o Brasil sofre com diversos outros problemas, como, por exemplo, o perdularismo, uma prática de arrecadar muito dinheiro dos contribuintes e gastar muito mal. Um reflexo disso é a carga tributária brasileira, que, antes da era Vargas, era de 10% e hoje já está quase na casa dos 35%. Porém, arrecadar não é o problema; o problema são os serviços que o Estado brasileiro se dispõe a fazer. Tais como saúde, educação, segurança e infraestrutura. Somente a título de curiosidade, em 2018, o Brasil, por meio de seu sistema de saúde, o SUS (Sistema Único de Saúde), teve mais de 153 mil mortes por falta de atendimento, equipamentos, remédios, insumos ou tratamentos.

Outro tópico que coloca o Brasil no subdesenvolvimento é o corporativismo. O corporativismo é um modelo de relacionamento entre o setor público e privado que se baseia no atendimento aos grupos representativos de diversos setores. Tais como trabalho, indústria, agricultura, entre outros. Nesse sistema, esses grupos, chamados de “corporações”, têm uma relação muito próxima com o Estado. Ele atua como mediador, regulador e “pai” desses grandes grupos de interesse. Temos inúmeros exemplos de corporativismo.

O Brasil é um país marcado por muitas práticas que levaram esta nação ao subdesenvolvimento. Contudo, não é um mero crescimento do PIB estatal brasileiro que fará com que os indivíduos tenham um padrão de vida melhor. E sim, melhores políticas, que promovam a inclusão social e não a opressão populista-paternalista. No geral, o que define essas classificações são uma série de indicadores econômicos e sociais. Sendo definidos por organismos multilaterais internacionais, como a ONU e o FMI. (o FMI divide as nações entre economias avançadas e em desenvolvimento).

Solução

O Brasil é subdesenvolvido e emergente. Afinal, o cenário brasileiro apresentou, de fato, evoluções econômicas e sociais em relação a algumas décadas, mas não se livrou de várias condições socioespaciais e historicamente constituídas que o levaram ao subdesenvolvimento, tais como: a concentração de renda elevada, o limitado desenvolvimento humano, a baixa qualidade em termos de educação e saúde, as limitações de infraestrutura, entre muitas outras.

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